Médica hematologista alerta para a importância do diagnóstico precoce da leucemia

Além de perder a função de defesa do organismo, os glóbulos brancos doentes produzidos descontroladamente reduzem o espaço na medula óssea para a fabricação das outras células que compõem o sangue, ou então eles não se desenvolvem por completo e caem na corrente sanguínea antes de estarem preparados para exercer suas funções.

Essa produção inadequada predispõe o organismo a infecções, anemia, hemorragias e outros sintomas. Portanto, o diagnóstico precoce é primordial para que o paciente tenha mais chances de sucesso no tratamento proposto pelos médicos.

Conforme a especialista ressalta, é preciso estar atento a alguns sintomas que podem indicar a presença desse tipo de câncer. Esses sinais variam de acordo com o subtipo da leucemia. “No caso das crônicas, que são mais lentas, elas podem ser encontradas acidentalmente em exames de sangue ou em exame físico de rotina. Já as agudas causam mais sintomas, como anemias, manchas roxas no corpo sem causa aparente, sangramento espontâneo das gengivas, infecções de repetição”, revela Dra. Daniela.

Ela diz ainda que não existem fatores de risco conhecidos associados ao desenvolvimento da leucemia, ou seja, as leucemias agudas ocorrem em qualquer idade, enquanto as leucemias crônicas são mais comuns em pacientes com mais idade. O hematologista esclarece que elas são classificadas em grupos de menor e maior risco, de acordo com a contagem de células no hemograma, infiltração de órgãos como sistema nervoso central (cérebro) e conforme as alterações genéticas que apresentam.

Mas a médico do IPC afirma que, inicialmente, um hemograma simples já é capaz de levantar suspeitas, assim como exames de avaliação da coagulação, função renal e hepática. “Caso isso ocorra, o especialista deve solicitar um mielograma, exame que aspira o conteúdo da medula óssea”.

Além dele, exames específicos chamados de cariótipo (que analisa alterações genéticas), imunofenotipagem por citometria de fluxo (que analisa o tipo de células) e testes moleculares mais modernos fecham o diagnóstico com precisão. Dr. Galvão de Castro lembra que, dependendo do tipo de leucemia, o diagnóstico é feito em um dia.

“O mais importante é sempre realizar o hemograma e procurar atendimento médico de um profissional especializado para interpretação do resultado. A leucemia é uma doença grave e quanto mais rápido o diagnóstico, mais chances de cura existem para o paciente”, finaliza Dra. Daniela Ferreira Dias.